A região é considerada rota de risco para a entrada da monilíase do cacaueiro, doença provocada por fungo que ataca os frutos do cacau e do cupuaçu.
Fiscais e agentes agropecuários da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) realizam uma série de ações de educação fitossanitária nos municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa, no Baixo Amazonas. A região é considerada rota de risco para a entrada da monilíase do cacaueiro, doença provocada por fungo que ataca os frutos do cacau e do cupuaçu.
Nos municípios, a Adepará tem realizado cursos, treinamentos e ações para formação de multiplicadores. O público alvo dos cursos são agentes comunitários de saúde, agentes de endemias, técnicos em meio ambiente, produtores rurais, estudantes e a população em geral. O trabalho acontece em parceria com as prefeituras que disponibilizam espaços públicos para realizar as ações.
Durante os treinamentos, os participantes recebem orientações sobre como identificar os sintomas da doença e passam a ser multiplicadores das informações, contribuindo para impedir o avanço da doença. “O corpo técnico da Adepará está capacitado para realizar essas ações educativas. Nós fomos treinados durante as Caravanas da Monilíase que ocorreram no Pará e estamos habilitados para realizar a mobilização da comunidade e interação com outras instituições que participam das ações, treinando os técnicos dessas entidades sobre a monilíase, fortalecendo o conhecimento deles quanto à doença para que eles possam levar para a comunidade todo esse conhecimento e possam sensibilizar outras pessoas sobre esse tema”, explica Gabriela Cunha, fiscal agropecuária da Gerência de Educação Sanitária da Adepará.
No total, foram já foram realizadas mais de 300 ações educativas de combate à monilíase no Pará, com alcance de público superior a 4 mil pessoas. O estado já recebeu duas edições da caravana da monilíase, evento do Programa Nacional de Educação Sanitária para a Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Proesa/Mapa). A primeira caravana ocorreu em Tomé-Açu, na Região de Integração Rio Capim, em 2023, e a segunda foi em maio deste ano, no município de Juruti.
“As caravanas foram muito importantes para os fiscais da Adepará porque permitiram a troca de conhecimentos, o aprendizado e uso de metodologias ativas, de inovações sobre educação sanitária. Despertou a necessidade de trabalhar a educação sobre a defesa agropecuária com o público de uma forma inovadora, diferenciada”, frisou a fiscal.
Faro, Terra Santa e Porto Trombetas - Na localidade de Faro, os minicursos contemplaram os servidores das secretarias municipais de meio ambiente e de saúde numa parceria com a prefeitura local, onde foram capacitadas 16 pessoas. Já em Terra Santa, o curso de multiplicadores formou 27 pessoas e contribuiu para disseminar as informações sobre a doença. Em Porto Trombetas, as ações educativas contemplaram a comunidade em geral e os estabelecimentos comerciais do município.
Educação sanitária nas embarcações - Devido às peculiaridades da região, onde os rios são usados para o escoamento da produção agropecuária e também para o transporte de cargas e de pessoas, as embarcações que circulam entre os municípios que fazem divisa com o Amazonas têm recebido as equipes da Adepará. Na abordagem, os técnicos distribuem materiais informativos e orientam a população para evitar o transporte de frutos do Amazonas para o Pará. No mês de junho, houve ações educativas com abordagem de passageiros no Terminal hidroviário de Oriximiná, nas embarcações que se deslocaram para Parintins (AM) durante o festival folclórico do município. Em Faro, os fiscais e agentes da Adepará realizaram fiscalização e abordagem nas embarcações. No total, as ações alcançaram um público de mais de 768 pessoas.
Eventos sobre cacau - Fiscais da Adepará que atuam na região de maior produção cacaueira do estado também têm realizado ações de educação sanitária de combate a monilíase participando de palestras como a que ocorreu no XII cacaufest Medicilândia. O fiscal agropecuário Cássio Polla apresentou as ações que a Agência de Defesa vem realizando para manter o território livre da praga, principalmente na região do Xingu, onde está a maior produção de cacau do estado. No 2º Festival do cacau de Paragominas, técnicos da agência de defesa também realizaram ação de educação sanitária sobre a monilíase do cacaueiro, com a distribuição de material educativo sobre a doença.
No período de 18 a 21 de julho, uma comitiva da Agência de Defesa Agropecuária participará em Ilhéus, na Bahia, do Chocolat Bahia 2024, maior evento de chocolate e cacau da América Latina. Durante o evento, o diretor-geral da ADEPARÁ, Jamir Macedo, apresentará todos os esforços que o Pará vem fazendo com relação ao enfrentamento à Monilíase para que o Estado continue mantendo as boas relações comerciais com a Bahia, o maior mercado das amêndoas de cacau paraense.